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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A Batata é nossa.

Pesquisadores israelenses
geram energia através da batata


O pesquisador Haim Rabinowitch e seus colegas da Universidade de Jerusalém dedicaram os últimos anos para tentar criar aparelhos "movidos a batata" - extraindo energia elétrica do tubérculo. Segundo ele, "uma batata tem potência suficiente para iluminar um quarto com lâmpada LED por 40 dias". A bateria com material orgânico é criada com auxílio de dois metais: um ânodo (um metal como zinco, com eletrodos negativos) e um cátodo (cobre, que possui eletrodos positivos). O ácido dentro da batata forma uma reação química com o zinco e o cobre que libera elétrons, que fluem de um material para o outro. Nesse processo, a energia é liberada. Em 2010, os cientistas da universidade de Jerusalém começaram a fazer experiências com diversos tipos de batatas para descobrir como aumentar a eficiência energética. Descobriram que uma medida simples - cozinhar as batatas por oito minutos - quebra os tecidos orgânicos e reduz a resistência, facilitando o movimento dos elétrons e produzindo mais energia. Outra mudança pequena - fatiar a batata em quatro ou cinco pedaços - aumentou a eficiência energética em até dez vezes.
Esses testes conseguiram comprovar que pode ser economicamente viável usar as batatas como fontes de energia. "É energia de baixa voltagem, mas é suficiente para construir uma bateria que poderia carregar telefones celulares ou laptops em lugares onde não há rede de energia", explica Rabinowitch. A análise de custos que eles fizeram sugere que uma batata cozida ligada a placas de cobre e zinco pode gerar energia a um custo de US$ 9 por quilowatt-hora. O custo da energia gerada por uma pilha alcalina AA de 1,5 volt chega a ser 50 vezes maior. As lâmpadas de querosene - usadas em muitos ambientes remotos para iluminação - costumam ser seis vezes mais caras.
Por que, então, as batatas não são usadas em todo o mundo como fonte de energia? Rabinowich acredita que a falta de divulgação sobre o potencial da batata como fonte de energia elétrica é parte do problema. Mas autoridades dizem que a questão é mais complexa: com tanta fome no mundo, o uso de alimentos como fonte de energia é polêmico. "A primeira pergunta a se fazer é: há batatas suficiente para comermos", pergunta Olivier Dubois, autoridade em recursos naturais da FAO, agência da ONU para agricultura e alimentos. Há lugares em que isso seria impraticável. No Quênia, a batata só perde para o milho como fonte de alimentação. Em outros países, há pesquisas para explorar a criação de energia com alimentos abundantes localmente. No Sri Lanka, pesquisadores estudam a forma de otimizar o uso da energia elétrica com bananas. As mesmas técnicas - cozinhar e fatiar - funcionaram.


Fonte: Jornal Alef.